quinta-feira, 1 de abril de 2010

Bagunça

Meu, tá tudo uma zona.
Tenho um livro aqui em casa que me foi emprestado, mas eu simplesmente não consigo começar a ler, porque não me vem a disposição. Tenho certeza absoluta de que a cada tipo de livro corresponde uma disposição de espírito específica. Com isso em mente, pensem que eu li Um copo de cólera duas vezes. Aí eu dei uma parada no Luz em agosto. Semana passada, ou na outra, não lembro direito, retomei Ni d'Eve ni d'Adam e está me falando à alma.
Não é maravilhooooso. Começa que o gênero da Amélie Nothomb é a autoficção, seja lá o que isso for. Deve ser uma espécie de daydream que se coloca no papel. Peca, na minha opinião, por uma romantização exagerada dela mesma (ok, não conheço a moça, tou sendo venenosa). Não entendo, juro, como ela pode - no livro - dizer amar tão loucamente o Rinri, mas não sente falta dele quando estão separados, ou como ela trata tudo com ironia ou sarcasmo, como na vez em que eles vão ver Hiroshima meu amor no cinema e ele chora e ela fica zoando.
Não apenas Hiroshima meu amor é um filme (e livro, claro) lindo de morrer, como, no caso deles, tem aquela coisa meio metalinguística, sei lá, porque é a estrangeira que se envolve com o japonês. É como se eu ouvisse Samba de mon coeur qui bat, especialmente mon aquarelliste si vaniteux e não começasse a sentir saudades.
Claro, se eu fosse escrever um romance ficcional sobre mim, eu também ia querer ser uma heroína não neurótica. Mas eu sei que tou mais pra Maggie Gyllenhaal em Crazy Heart, com menção especial à cena em que o Jeff Bridges comeeeeça a compor a música que dá nome ao filme... Hahahaha, eu entendi totalmente a linha de pensamento dela.
Anyway, no more posts sobre essas coisas, quase nem falei do livro. Na verdade, se eu meio que me convenci a parar de ler, devo ter feito o maior desserviço em convecer qualquer um a comprá-lo.