quarta-feira, 22 de abril de 2009

Parêntesis

Voltei, li muito do livro, mas não tudo. Faço parêntesis porque não sei dizer quais as páginas lidas, quero ser metódica e organizada. Mas vou confessar: comprei outro livro no meio do caminho, pus o Calvino de lado e só parei de ler o novo quando me toquei que ele merecia seu próprio pitaco. Além do mais, eu estaria sendo desorganizada. De qualquer maneira, devo fazer algo bem típico dos comunistas e me autocriticar: não tenho certeza de que o Calvino tenha sido a melhor escolha para começar este blog, é um livro que fala sobre livros e metalinguagem me deixa confusa. Agora, me meti numa metametalinguagem. Ontem à noite  queria ter vindo escrever, mas não me atrevi... só o faço agora porque o livro está perdido em algum canto do meu quarto, muito longe de onde estou, a desculpa perfeita para os parêntesis...

sábado, 4 de abril de 2009

Se um viajante numa noite de inverno (3)

Se um viajante numa noite de inverno -Italo Calvino -Cia das Letras, 2003 - sem progressos

Direto do avião, passando a limpo o caderninho: Esqueci de me sentir isolada, já se passaram mais de 8 horas de voo e só agora, olhando para o mapinha eletrônico, me toquei que estou incomunicável... mas não isolada: o italiano aqui perto não me deixa esquecer que existo e olha constantemente para cá - não sei se é para me ver ou se para checar se abri a janelinha e ele vai poder ver as nuvens branquinhas...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Se um viajante numa noite de inverno (2)

Se um viajante numa noite de inverno -Italo Calvino -Cia das Letras, 2003 -Páginas 18 a 25

Eu ia recomeçar a leitura apenas no avião, mas me deu coceirinha de ler antes de dormir. Só um pouquinho...
Quando eu viajo, eu gosto de parar em algum lugar -de preferência bem no meio de uma praça - e pensar que não estou em São Paulo. Perceber que o meu corpo está em um lugar incomum e não-familiar, como nas aulas de yoga em que a professora dizia que devíamos prestar atenção em tudo o que fazíamos, nos mínimos movimentos, de modo a termos consciência do nosso corpo. Eu fiz isso tomando café da manhã, um dia. É esquisito. 
Bom, voltando. Eu pensei nisso tudo por causa de um trechinho (p.24):

Inútil dizer-me que não mais existem cidades de província, que elas talvez nunca tenham existido, que todos os lugares se comunicam uns com os outros instantaneamente, que a idéia de isolamento só pode ser experimentada durante o trajeto de um lugar ao outro, isto é, quando não se está em lugar nenhum.

Mas, uma vez, eu estava sozinha na Alemanha e enviava e-mails para meus pais com os meus prováveis passos, do tipo: amanhã em Hamburgo, depois em Berlim... Em Hamburgo, contudo, não encontrei lugar para ficar e tive que viajar até Lubeck. Passei uns bons 2 dias lá sem acessar internet, comendo marzipan e me sentindo isolada.


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Se um viajante numa noite de inverno - Italo Calvino

Precisava de um livro para ler no avião, para passar as aterrorizadoras 10 horas dentro de uma avião, que toda vez me fazem prometer que eu não volto mais pro Brasil e que só vou viajar de trem. Pensei: não posso levar só o livro-obrigação (Classes e conflito de classe na sociedade industrial, em espanhol porque era só essa versão que estava barata no sebo), também tenho que levar um livro prazer. Faltava só 3 páginas para terminar o último ( De verdade, Sandor Marai, que um dia ganhará seu pitaco na internet), precisava escolher um novo. Na frente da estante, selecionei Palmeiras Selvagens do Faulkner, e esse do Italo Calvino. Como decidir?

1. Faulkner: livro começado e não terminado, está na fila do recomeço há meses, é triste, tem jeito de ser triste, tem a capa cinza, uma vez teve uma capa de papel com uma foto, mas foi perdida. Foi um presente de uma pessoa querida, um presente meio sem momento, um daqueles "eu li, pode ficar para você".

2. Calvino: lembranças do cavaleiro inexistente, é cubano-italiano e chama Italo, parece de propósito. É o favorito - ou quase favorito - de alguém que já passou e levou uma parte de mim. O Italo é cúmplice! Eu deveria levar algo do Borges. Sim, esse foi o embate: Borges e Calvino. Me fez ler "Os amores difíceis". Não, não...não é certo culpar o Italo. Li a contracapa: ele contém histórias de amor, suspense, conflito, mistério, erotismo, filosofia, guerra, realismo fantástico. Antes, fala que é uma obra prima de humor. Nâo há nada que me atraia mais em uma contracapa do que as palavras erotismo e humor juntas. Pronto. Dei uma chance, li o primeiro capítulo, li assim, meio com má vontade, jantando comida requentada (mas era camarão, então tudo bem). Pronto, é o que vai. Se uma viajante numa noite de outono. Amanhã vou viajar à noite. E, em tese, já é outono.


Não vou dar pitaco agora. Nem sei se darei pitacos online nos próximos 20 dias. Mas vou anotando tudo no meu caderninho, à moda antiga e, se eu voltar, publico por aqui...