quinta-feira, 2 de abril de 2009

Se um viajante numa noite de inverno - Italo Calvino

Precisava de um livro para ler no avião, para passar as aterrorizadoras 10 horas dentro de uma avião, que toda vez me fazem prometer que eu não volto mais pro Brasil e que só vou viajar de trem. Pensei: não posso levar só o livro-obrigação (Classes e conflito de classe na sociedade industrial, em espanhol porque era só essa versão que estava barata no sebo), também tenho que levar um livro prazer. Faltava só 3 páginas para terminar o último ( De verdade, Sandor Marai, que um dia ganhará seu pitaco na internet), precisava escolher um novo. Na frente da estante, selecionei Palmeiras Selvagens do Faulkner, e esse do Italo Calvino. Como decidir?

1. Faulkner: livro começado e não terminado, está na fila do recomeço há meses, é triste, tem jeito de ser triste, tem a capa cinza, uma vez teve uma capa de papel com uma foto, mas foi perdida. Foi um presente de uma pessoa querida, um presente meio sem momento, um daqueles "eu li, pode ficar para você".

2. Calvino: lembranças do cavaleiro inexistente, é cubano-italiano e chama Italo, parece de propósito. É o favorito - ou quase favorito - de alguém que já passou e levou uma parte de mim. O Italo é cúmplice! Eu deveria levar algo do Borges. Sim, esse foi o embate: Borges e Calvino. Me fez ler "Os amores difíceis". Não, não...não é certo culpar o Italo. Li a contracapa: ele contém histórias de amor, suspense, conflito, mistério, erotismo, filosofia, guerra, realismo fantástico. Antes, fala que é uma obra prima de humor. Nâo há nada que me atraia mais em uma contracapa do que as palavras erotismo e humor juntas. Pronto. Dei uma chance, li o primeiro capítulo, li assim, meio com má vontade, jantando comida requentada (mas era camarão, então tudo bem). Pronto, é o que vai. Se uma viajante numa noite de outono. Amanhã vou viajar à noite. E, em tese, já é outono.


Não vou dar pitaco agora. Nem sei se darei pitacos online nos próximos 20 dias. Mas vou anotando tudo no meu caderninho, à moda antiga e, se eu voltar, publico por aqui...

Um comentário:

Angela Ottoni Delgado disse...

E aí, gostou?
Acho que esse livro é o que mais gostei entre milhares já lidos. Depois de lê-lo em português e em francês, estou relendo-o, quatro anos depois, no original, para aprender um pouco de italiano, da maneira mais prazerosa possível. Sabendo que a leitura chegará a um fim, vou em breve encomendar a versão em inglês!

Postar um comentário