terça-feira, 12 de outubro de 2010

A fome de todos nós

Pára tudo (ainda tem acento?). Outro dia eu disse que leio conforme minha disposição interna... o problema é que ela tem mudado com uma velocidade muito mais rápida do que a minha capacidade de ler. Não vou anunciar o abandono de House of Sand and Fog, mas a verdade é que desde a Colômbia eu não leio mais o livro. No fim de semana, eu até abri, folheei... mas não rolou... assim como não rola mais um monte de outras coisas.
Anyway, vamos ao que interessa. Já não tou mais chorando loucamente por ter voltado de férias, mas passei momentos nostálgicos lendo O único significado da água suja de óleo, conto do livro que dá título a esse post, de Dave Eggers.

Não achei o conto na internet (não de graça, pelo menos), então vocês vão ter que se contentar com a minha sempre parcial seleção dos melhores momentos. Mas eu falo por cima qual é a história: a Pilar, uma mulher nos seus 30 e muitos anos, vai passar as férias na Costa Rica, pra visitar seu amigo Hand.

(...) ela teve a sensação, momentânea, de que na verdade não era ela quem estava fazendo aquilo, e que de fato ainda estava em Chicago, ou até mesmo em Wisconsin, e que estava imaginando tudo - que estava simplesmente tendo um devaneio, criado durante, digamos, um almoço em um self service numa tarde escura no Wendy's. Realmente, parecia mais plausível do que a realidade de estar caminhando descalça em volta de uma piscina que tinha a forma de um gatinho enrolado, contornada por azulejos laranja e azuis pintados à mão, com dois surfistas bronzeados deitados em esteiras de palha, dirigindo-se agora a um recinto no final de um longo corredor branco com lagartixas correndo no teto, em um hotel numa colina à beira -mar na Costa Rica, que abriga Hand, o qual ela conhecia há 17 anos e que ainda estava vivo e, mais do que isso, estava ali.