domingo, 22 de maio de 2011

"We live in an age that reads too much to be wise, and that thinks too much to be beautiful"

Ao ler The picture of Dorian Gray fiquei com a impressão de já conhecer metade do livro, tantas são as citações do Oscar Wilde que passeiam pela internet e são apresentadas como máximas de sabedoria. O problema é que, como costumam aparecer fora do contexto, podem perder a ironia original e o leitor entende justamente o contrário. Ou as lê sem qualquer senso crítico.
Claro que a personagem mais interessante não é o Dorian Gray, mas o Lord Henry, um dândi cínico e hedonista - que me lembra tanto, mas tanto um conhecido meu que até dá arrepios - e claro que as "sacadas" dele são as mais citáveis: elas legitimam a busca pelo belo, pelo que dá prazer, pelo que dá prazer unicamente porque é belo:

It often happens thats the real tragedies of life occur in such an inartistic manner that they hurt us by their crude violence, their absolute incoherence, their absurd want of meaning, their entire lack of style. They affect us just as vulgarity affects us. They give us an impression of sheer brute force, and we revolt against that. Sometimes, however, a tragedy that possesses artistic elements of beauty crosses our lives. If these elements of beauty are real, the whole thing simply appeals to our sense of dramactic effect. Suddenly we find that we are no longer the actors, but the spectator of the play. Or rather we are both. We watch ourselves, and the mere wonder of the spetacle enthralls us.

E aí ele continua on and on sobre como é maravilhoso alguém ter se matado pelo Dorian e como ele nunca teve essa glória na vida e todo um discurso vazio sobre como a pobre da Sibyl Vane foi todas as heroínas de Shakespeare e jamais ela mesma e, por isso, nunca morreu - já que nunca realmente viveu.
Sem contar a misoginia do livro:

I'm afraid that women appreciate cruelty, downright cruelty, more than anything else. They have wonderfully primitive instincts. We have emancipated them, but they remain slaves looking for their masters, all the same. They love being dominated.

Suponho, já que eu pouco conheço OScar Wilde - além desse, que ainda tou lendo, só li The importance of being earnest -, que o prazer desse livro esteja em justamente ler e experimentar, indiretamente, os limites do culto à estética. Dorian, porque é tão bonito e charmoso, pode fazer coisas que nem o Lord Henry, nem nenhum de outros nós não tão belos, pode fazer. E quero só ver onde isso vai dar.

domingo, 8 de maio de 2011

The Picture of Dorian Gray

Eu juro que vou comentar. Até já selecionei um trechinho pra pitacar, o problema é que está lá looooonge no meu quarto. Mas amanhã eu volto com novidades. Não, terça-feira, amanhã eu apago 28 velinhas e não vou ter tempo pra isso daqui.