segunda-feira, 29 de junho de 2009

Amos Oz

Ok, ok, eu sei que insisto muito nele. Pronto, eu estava mesmo esperando esse momento em que ia perceber isso e me perguntar porque fiquei tão alucinada com um livro epistolar sobre um casal sado-masoquista que termina os seus dias numa espécie de comunidade hippie. Eu nunca gostei muito de livros em forma de cartas. Que sofrimento foi ler "Os sofrimentos do jovem Werther"!..além da decepção de não ter tido vontade de me matar no fim da leitura (só durante).
O filme é bom, me fez até querer ir morar num kibutz (mas, quando o filme acabou, a vontade passou). Tem no youtube, em partes.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Adeus, Columbus

Escolhi o novo pitaco. Eu adoro os americanos, podem dizer o que for, mas nenhum livro me fez chorar tanto quanto O sol é para todos, da Harper Lee (que tem filme com o mesmo nome, com o Gregory Peck).


Ok, talvez tenha sido exagero, afinal o livro trata de um assunto que me é caro, vai ver foi por isso que fiquei tão emotiva.
De qualquer maneira, eu ainda adoro os americanos. E por isso escolhi o Philip Roth, que é demais. Não aconselho fazer o mesmo que eu fiz e começar a lê-lo pelo Complexo de Portnoy...a não ser que tenham estômago forte e um senso de moral flexibilizado. Pode ser um pouco chocante. Eu gosto porque é cru, é direto.
Assim, eu escolhi Adeus, Columbus porque é de contos (facilita os pitacos), está lido pela metade (então eu garanto) e tem um conto que é engraçadíssimo, que é A conversão dos judeus. Juro, esse conto está no meu top 5 de contos. Só não publico o ranking por uma questão de coerência: ontem mesmo eu estava na Cultura e me irritei com a quantidade de Os cem melhores contos de toda a qualidade.
Ah, e eu também lembro que quando comprei esse livro o vendedor quase teve um orgasmo contando como tinha sido ma-ra-vi-lho-sa a experiência dele com esse livro na adolescência. Ele disse que descobriu alguma coisa, mas eu não lembro o que era...

domingo, 21 de junho de 2009

Persepolis e mais

Ok, eu vi o filme e não li o livro - ainda. Mas acho que isso não me impede de constatar que quadrinhos são muito didáticos. Se eles abordam fatos históricos - no caso, a revolução islâmica no Irã - a concisão não é um defeito, é praticamente uma exigência. É mais prazeiroso do que ir atrás da Wikipedia.
Não li muitos quadrinhos, é verdade. Às vezes até agi contra-quadrinhos: a única obra do Neil Gaiman que eu li foi um livro de contos - Coisas frágeis - lindo.


Mas eu sei que eu comecei com o pé direito nesse mundo. O primeiro livro em quadrinhos que eu li (tirando o almanacão da turma da Mônica) foi Maus do Art Spiegelman. E a passagem da viagem de trem me serviu de inspiração pra imaginar o Graciliano Ramos sendo enviado pra Ilha Grande, quando li Memórias do Cárcere.



Amos Oz

O Centro da Cultura Judaica está promovendo uma mostra audiovisual israelense e, no domingo (28), vai passar um documentário sobre o Amos Oz!

Infos no site: http://culturajudaica.uol.com.br/

28/06
14h00 | Amos Oz
Direção Stelios Charalampopoulos - Israel 2008 ( Documentário - 52 minutos)
Sinopse: O diretor grego Stelios Charalampopoulos talhou à mão um atraente e íntimo retrato do aclamado iconoclasta israelense e internacionalmente celebrado autor Amos Oz, indicado para o Prêmio Nobel da Paz. Filmado parte em Arad, Jerusalém, e parte em Salonica, Grécia, o filme rastreia o histórico pessoal de Oz: sua infância, sua adolescência num kibbutz onde conheceu sua esposa, o único editor de seus trabalhos, suas tragédias familiares, incluindo o suicídio de sua mãe e sua conseqüente inclinação em narrar crônicas familiares. Essa comovente obra permite ao espectador entrar no mundo de um dos mais expressivos defensores da co-existência e do processo de paz do Oriente Médio.
Local: Teatro | Idade: a partir de 14 anos

ps: tou terminando de ler, dele, a Pantera no Porão. Mas não consigo mais levar o livro muito a sério, sempre me lembro do tapa na pantera.
ps2: falando em Oriente Médio, ontem aluguei (mas ainda não vi) Persepolis.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Zazie no metrô (3)

Ok. Desisti de pitacar esse livro. Sei lá... Deu preguiça e uma louca falta de tempo, culpa do fim do semestre. E eu acho que aquele livro não era pro meu bico. Quer dizer, eu gostei e tal. Mas não consegui acompanhar a crítica ao final que afirmou que a Zazie disse apenas uma frase mítica durante todo o livro. Ainda bem que ele disse qual era, senão eu ia ficar procurando referência a Zeus ou a Baco.

Anyway. Depois dos prazos de entrega de seminários, resumos e trabalhos eu tento dar pitaco em mais algum livro. No more Zazie. Ou, como diria ela, pitaco na Zazie o caralho.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Zazie no metrô (2)

Zazie no metrô - Cosacnaify, 2009 - págs. 7 a 16

Bom, vamos fazer, ao menos formalmente, o negócio bem feito. Obviamente, não demorei duas semanas para ler 11 páginas. Só resolvi limitar o primeiro pitaco ao primeiro capítulo. Já começa acabando com qualquer pretensão de ler o livro no original:

Dondekevemtantofedô (...)

Explico: o livro, aparentemente, trata da visita de uma, aparentemente, jovem garota, a Paris, em alguma época próxima aos anos 50, em algum lugar no subúrbio. As personagens são sapateiros, donos de bares, policiais, donas de casa... nada muito sofisticado. E a escrita acompanha o, digamos, desvio da língua culta. Daí que surgem palavras-expressões divertidas como aquela lá em cima. Coitado do tradutor. É nesses horas que dá aquela sensação de perda de não poder ler tudo no original, maldita torre de babel. Anyway, mais coitados ainda são os que traduzem Guimarães Rosa pra qualquer outra língua.

ok, vamos em frente.

Tem uma coisa fantástica sobre a França - bom, eu acho. A menina - Zazie - chega na estação de trem e é apanhada pelo tio Gabriel e por um amigo deles, o Charles. Vão no táxi do Charles e resolvem parar para tomar um aperitivo. Afora a parte em que a Zazie pede uma cacocalo (ah, eu adoro dizer cacacola), eu achei fantástico eles tomarem um bejolé (Beaujolais). Isso me lembra que uma vez eu estava lendo um livro que falava sobre o alto índice de alcoolismo entre os trabalhadores de minas na França, pois, depois do trabalho, era comum o consumo (excessivo) de vinho. Aí vinha uma nota do tradutor esclarecendo que o livro relatava algo que acontecia na França, onde beber vinho é comuníssimo em todas as classes sociais. Achei o máximo o tradutor ter feito essa ressalva. E adorei a desglamourização do vinho: o negócio é ser somelière de água.