sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Manon Lescaut

Hoje eu tou dramática, mais que o comum, e queria escrever. Aí eu vim pra cá, que é o que eu uso de paliativo pra vontade de escrever. Deixei House of sand and fog de lado. Na verdade, estão todos os livros de lado enquanto durar esse martírio que eu insisto em prolongar. Resta ser "obrigada" a ler algo além do direito... Assim é Manon Lescaut.
Começa que eu não paguei o petit prix de 2,80 euros. Paguei 13 reais. Era 15, mas o moço gostou de mim e me deu um desconto. Aliás, essa foi a semana de descontos espontâneos, pois a mesma coisa aconteceu na farmácia. Antes de me sentir bem, me senti idiota de andar pagando o preço cheio das coisas.
Whatever. Gostei da Manon porque é quase Manu, porque é um romance do século XVIII sobre um homem que chora porque a amante está sendo enviada pros EUA por ser prostituta. Ok, não é sooobre isso, mas acontece. Também gostei porque segue na linha fierce girls, inaugurada, nas aulas de francês, pela Phèdre do Racine.
Bom, vou falar um pouco da parte que li. Até agora, o Chevalier Des Grieux já encontrou a Manon, já fugiu com ela, já transou com ela, já morou com ela, já ganhou um par de chifres, já voltou pra casa, já fez não sei o que na Sorbonne, já reencontrou e perdoou a Manon e já teve desavenças com o cunhado. Nesse meio tempo, quando está querendo rejeitar o mundo carnal, à la Hippolyte, ele se imagina num quarto cheio de livros, onde recebe a visita ocasional de amigos e conversa sobre coisas do mundo.
Muito me intriga essa idéia de "clubinho" dos homens. É! Clubinho, seja um monastério, seja o clube do charuto, é tudo um clubinho, onde não entra mulher. Aquela cena final de "O poderoso chefão" é exemplar para provar o que eu digo: o Al Pacino nem queria saber da máfia, casa com a mocinha intelectualóide, mas depois que assume os negócios do pai, a loirinha fica do lado de fora da sala. No girls allowed. Tem aqui, pra conferir. Tá em espanhol porque hoje meu humor tá dos diabos e paciência zero. Em "Um príncipe na minha vida" acontece a mesma coisa, com a diferença que aquele príncipe é de morrer...E o pior é que não dá pra dizer que tem um clubinho de mulheres tão exclusivo... Vide o Laerte.