terça-feira, 2 de junho de 2009

Zazie no metrô (2)

Zazie no metrô - Cosacnaify, 2009 - págs. 7 a 16

Bom, vamos fazer, ao menos formalmente, o negócio bem feito. Obviamente, não demorei duas semanas para ler 11 páginas. Só resolvi limitar o primeiro pitaco ao primeiro capítulo. Já começa acabando com qualquer pretensão de ler o livro no original:

Dondekevemtantofedô (...)

Explico: o livro, aparentemente, trata da visita de uma, aparentemente, jovem garota, a Paris, em alguma época próxima aos anos 50, em algum lugar no subúrbio. As personagens são sapateiros, donos de bares, policiais, donas de casa... nada muito sofisticado. E a escrita acompanha o, digamos, desvio da língua culta. Daí que surgem palavras-expressões divertidas como aquela lá em cima. Coitado do tradutor. É nesses horas que dá aquela sensação de perda de não poder ler tudo no original, maldita torre de babel. Anyway, mais coitados ainda são os que traduzem Guimarães Rosa pra qualquer outra língua.

ok, vamos em frente.

Tem uma coisa fantástica sobre a França - bom, eu acho. A menina - Zazie - chega na estação de trem e é apanhada pelo tio Gabriel e por um amigo deles, o Charles. Vão no táxi do Charles e resolvem parar para tomar um aperitivo. Afora a parte em que a Zazie pede uma cacocalo (ah, eu adoro dizer cacacola), eu achei fantástico eles tomarem um bejolé (Beaujolais). Isso me lembra que uma vez eu estava lendo um livro que falava sobre o alto índice de alcoolismo entre os trabalhadores de minas na França, pois, depois do trabalho, era comum o consumo (excessivo) de vinho. Aí vinha uma nota do tradutor esclarecendo que o livro relatava algo que acontecia na França, onde beber vinho é comuníssimo em todas as classes sociais. Achei o máximo o tradutor ter feito essa ressalva. E adorei a desglamourização do vinho: o negócio é ser somelière de água.

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