sexta-feira, 3 de abril de 2009

Se um viajante numa noite de inverno (2)

Se um viajante numa noite de inverno -Italo Calvino -Cia das Letras, 2003 -Páginas 18 a 25

Eu ia recomeçar a leitura apenas no avião, mas me deu coceirinha de ler antes de dormir. Só um pouquinho...
Quando eu viajo, eu gosto de parar em algum lugar -de preferência bem no meio de uma praça - e pensar que não estou em São Paulo. Perceber que o meu corpo está em um lugar incomum e não-familiar, como nas aulas de yoga em que a professora dizia que devíamos prestar atenção em tudo o que fazíamos, nos mínimos movimentos, de modo a termos consciência do nosso corpo. Eu fiz isso tomando café da manhã, um dia. É esquisito. 
Bom, voltando. Eu pensei nisso tudo por causa de um trechinho (p.24):

Inútil dizer-me que não mais existem cidades de província, que elas talvez nunca tenham existido, que todos os lugares se comunicam uns com os outros instantaneamente, que a idéia de isolamento só pode ser experimentada durante o trajeto de um lugar ao outro, isto é, quando não se está em lugar nenhum.

Mas, uma vez, eu estava sozinha na Alemanha e enviava e-mails para meus pais com os meus prováveis passos, do tipo: amanhã em Hamburgo, depois em Berlim... Em Hamburgo, contudo, não encontrei lugar para ficar e tive que viajar até Lubeck. Passei uns bons 2 dias lá sem acessar internet, comendo marzipan e me sentindo isolada.


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